Boituva recebe o Campeonato Brasileiro de Balonismo a partir de amanhã

Balões de todas as cores e com formatos inusitados estão colorindo o céu de Boituva (SP), que recebe pela terceira vez o Campeonato Brasileiro de Balonismo.

Nesta segunda-feira (11)  foi realizado o último treinamento para a competição que começa na terça-feira (12) e segue até domingo (17). O evento está na 35ª edição. A competição de balões de ar quente é promovida pela Confederação Brasileira de Balonismo (CBB).

O resultado do evento qualifica os atletas para o campeonato mundial. Um campeonato de balonismo é baseado em quatro pilares fundamentais de organização: a estadia, a alimentação, o combustível do balão (gás propano) e a infraestrutura.

Uma equipe de balão é composta por: um piloto, um navegador, um condutor e navegador terrestre e um montador do equipamento. As funções dos três últimos se misturam para atender a todas as exigências do piloto em solo e no ar.

Em 2021, a cidade de Torres (RS) sediou a competição. Na ocasião, Fabio Pascoalino ergueu o troféu de campeão e conquistou o título pela 1ª vez.

Balonismo

No local da decolagem, o balão é inflado com ar ambiente por uma grande ventoinha movida a gasolina. Quando o ar já ocupou cerca de 60% do volume do envelope – nome dado à bolsa de tecido do balão -, o maçarico é aceso.

O maçarico aquece o ar do envelope, que se expande e fica menos denso que o ar de fora do balão. A decolagem ocorre quando esse ar supera em cerca de 60ºC a temperatura externa. É como se o balão de ar quente (menos denso) boiasse no ar frio (mais denso), do mesmo modo que um navio flutua na água.

A direção e a velocidade horizontal são determinadas pelas correntes de vento. O balão é lento, como um passeio de roda-gigante. Acima de 18 km/h, apenas pilotos experientes devem voar, e sem passageiros. Não se deve voar a mais de 30 km/h.

O piloto controla a altura e se orienta por mapa, bússola, altímetro, variômetro (mede a velocidade de subida) e termômetro. O balão e os equipamentos básicos pesam 670 quilos. O conjunto tem 30 metros de altura e o envelope tem capacidade de cinco mil metros cúbicos (cinco milhões de litros).

Um balão grande pode levar uma tonelada e transporta em média oito passageiros, um piloto e um navegador.

Abaixo do envelope há um maçarico de duas bocas, botijões de gás propano (cada quilo de gás permite de um a dois minutos de voo) e os instrumentos de orientação. O cesto é de vime, que é leve, durável e absorve bem o impacto do pouso. Cabos de aço sustentam a estrutura.

Apoiadores do Blog do Balonismo em 2022.
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Equipe de apoio

Parte da equipe segue por terra para recolher os equipamentos e os passageiros no fim da viagem. Os times se comunicam por rádio e quem está no ar informa sua localização, caso o pessoal em terra não possa seguir a rota do balão.

Nunca ao meio-dia

Os voos são feitos no começo da manhã ou no fim da tarde, quando os ventos são mais amenos. É perigoso voar com o sol a pino porque o chão está muito aquecido, assim como o ar imediatamente acima dele. Isso gera correntes ascendentes de ar quente – elas diminuem a diferença entre a densidade do ar interno e externo do balão, que perde flutuação. É parecido com o que ocorre com um avião nas turbulências.

Altitude controlada

Uma tampa em forma de paraquedas pode ser aberta para soltar o ar quente. O ar frio entra pela boca do balão e aumenta a densidade do ar interno – fazendo o balão descer. Para subir, o piloto liga o maçarico (aquecendo e diminuindo a densidade do ar interno).

Regras

A prática de voo em balões livres tripulados pode ser realizada de forma amadora ou profissional. O balonismo não se confunde com a soltura de balões não tripulados. Para a prática do balonismo, o operador deve possuir Licença de Piloto de Balão Livre (PBL) válida, uma espécie de habilitação. Existe uma exceção que é um tipo de habilitação voltada para uma finalidade puramente desportiva.

Interessados em praticar o balonismo devem procurar centros de instrução de aviação civil autorizados pela ANAC ou associações aerodesportivas credenciadas que ofereçam cursos de piloto de balão. A ANAC atua na regulamentação do balonismo.

A prática do balonismo é autorizada apenas em espaços de voo devidamente designados pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), respeitando-se também as regras estabelecidas.