Inesquecível Aventura no Jacaré – Torres RS – 1ª Parte

Por Carla P. Horn

Enquanto outro Festival de Balonismo não inicia, vamos vivendo de recordações: um gesto, uma figura, um e-mail, um presentinho, um lugar na cidade ou uma música como “Quelqu’un M’a Dit da Carla Bruni”, trazem muitas lembranças, esta especificamente, lembrou-me o tão comentado “pouso no Jacaré”.

Sábado a tarde 19/04/08, enquanto terminávamos de inflar o envelope, o piloto Olivier pegou-me no colo. Sorri, achando que era para a foto, mas não, o Lucas avisou-me que ele estava conferindo meu peso para voar…O quê, eu?? Lá fomos nós, tranqüilidade, visual, filmagens e fotos, emoções, dedos queimados na boca do balão, mas feliz em meio a palavreados franceses.

Passamos pelo balão raposa, o outro balão da Ultragaz, nosso condutor jogou a marca para acertar no alvo e fomos para pouso. Tentou primeiramente às margens da lagoa, mas afundamos na vegetação e não teríamos como desinflar o envelope ali, então, mais gás, balão aquecido, subimos novamente. Ficamos algum tempo sobre a lagoa tentando localizar um lugar que houvesse acesso.

Avistamos uma estrada e o pouso foi excelente, como sempre que voei com o Olivier. O Jean foi verificar a estrada e achou que daria para a caminhonete passar por ela (naquele trechinho, sim!).Eram 17horas . Nisto, surgiu do mato um homem com uma foice, dizendo que pra sair dali “ihhhhh, só com trator”; mas que estávamos perto de uma casa que tinha um trator e que tiraria o cesto dali.

Agora que a história começa realmente, não conseguíamos sinal para avisar o resgate, a casa ficava uns 2km de onde estava o balão, começou a anoitecer…Deixei-os e fui procurar ajuda. A estrada era transitável apenas por trator, na parte seguinte.

Ao chegar na casa uma senhora veio atender-me, mas falou que o trator deles estava estragado, procuraria chamar o do vizinho… já nervosa, tentei mandar recado ao resgate, pedi que ela avisasse o Bruno da Air Show que estávamos lá e um pedaço de babosa com urgência, pois havia queimado as pontas dos dedos na inflagem do balão.Após tudo isto, lá fui eu, de carona de moto com um agricultor, pela escuridão, ver se os mosquitos não haviam devorado meus pilotos favoritos. Quase! Olivier estava enrolado na lona com apenas o rosto de fora, maçaricando para sinalizar.

Algum tempo depois, já quase 21horas, surgiu uma luz e um barulho de trator, foi nos animarmos e o trator apagou, havia quebrado o eixo…depois mais vozes e luzes, o resgate da equipe, o pessoal do Bruno, mais um trator atolado, quase uma Toyota também, lodo por tudo.

Então, resolvemos carregar os cilindros. O cesto e o envelope ficaram, seriam “resgatados” no outro dia pela equipe do helicóptero. No retorno, exaustos, colocamos o cd com a música acima citada e vimos a Mell, filha do Olivier cantando, para a nossa alegria.

Na despedida em frente ao hotel, abracei forte o Olivier e agradeci “ tanks for my flight”…Depois jantamos todos juntos e muitas piadas a respeito.

Amanhã, no BlogBalonismo , você curte o final dessa história!

Bons Ventos!!!!

1 COMENTÁRIO

  1. Ótimo texto…continue sempre assim…e parabéns pelo blog…ta ótimo…o balonismo precisava disso!!!

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