Sozinho em um balão por 13 dias

Um balonista russo, Fedor Filippovich Konyukhov, de 65 anos, partiu da Austrália, às 07h30 do dia 12 de julho, para uma volta ao mundo solitária, que pretende concluir em menos de 13 dias, batendo o recorde estabelecido pelo aviador americano Steve Fossett em 2002. O aventureiro viaja em um balão de 52 metros de altura, com peso de 1.600 quilos. Pode atingir a velocidade de até 300 km/h, mas navegará, em média, a 160 km/h.

O itinerário de Konyukhov, a partir da Austrália, segue por altitudes de 8 mil metros, para Nova Zelândia, Oceano Pacífico, Chile, Argentina, Oceano Atlântico, África do Sul e Oceano Índico até retornar ao oeste australiano, quando terá percorrido 33 mil quilômetros. Neste exato momento de seu oitavo dia de viagem (19/07/2016, 12h26, horário de Brasília), o balão está atravessando o Oceano Atlântico, já tendo concluída a sua passagem pela América do Sul (incluindo o Brasil, bem ao sul do Rio Grande do Sul).

Durante sua expedição Konyukhov deverá se alimentar com concentrados congelados a vácuo, a -70 graus celsius. Passará cada dia confinado em uma pequena gôndola e dormirá por apenas 4 horas, divididas em períodos de 45 minutos. As temperaturas serão em torno de -40 graus celsius, a uma altitude entre 5 mil e 8 mil metros.

Segundo Konyukhov, os melhores balões do mundo são britânicos, por essa razão escolheu um fabricante britânico como seu fornecedor: Cameron Balloons Bristol. Dentre outras normas autoimpostas, ele permanecerá em contato constante com seu centro de controle e uma equipe de meteorologistas, na Bélgica, para atualizações das melhores rotas.

Konyukhov é, na verdade, uma figura bastante curiosa: ordenou-se padre pela Igreja Ortodoxa Russa; já atingiu o Polo Norte (por três vezes) e Polo Sul (uma vez); por duas vezes alcançou o cume do Monte Everest; por quatro vezes navegou o planeta, entre tantas outras incríveis façanhas. “Gosto de viajar, essa é a verdade. Tinha 15 anos de idade quando fui para minha primeira aventura. Esse é o meu jeito de viver”, disse.