Por Carla P. Horn – BlogBalonismo
Partimos para Blumenau para participar do 1º BALONISMO SOLIDÁRIO, quando saímos de casa não sabíamos ao certo o que faríamos, mas com meus 14 anos de balonismo de Torres e as experiências de observer, motorista e de equipe de resgate do Lucas, alguma coisa poderíamos ajudar. Senão, veríamos amigos e balões, faríamos fotos e toda a cobertura para o blog. Não imaginava que o melhor podia acontecer para mim…uma surpresa inesquecível!
Quando fomos para o café às 6h, no domingo, o tempo estava como na noite anterior, chuviscando,o tempo bem escuro. Mesmo assim, alguns pilotos saíram para o parque: Edson, Eduardo, Warley, Mauro e o André. O Fábio e o Luis tomaram café mais tarde, aguardávamos para verificar se iriam, visto que, estávamos acompanhando o Luis Silvestre.
Um pouco mais tarde, o tempo começou a abrir e indo em direção ao parque, (somente o Luis a esposa, a filhota deles, eu e o Lucas), constatamos balões no ar. “Ah, eu vou voar” falou o Luis. Acredito que todo o piloto quando vê outro no céu, diz a mesma coisa! A filhota do Luis me perguntou se eu já havia voado e eu respondi que no balão do papai dela “infelizmente não”.
Sem vento nenhum e as condições climáticas estavam perfeitas para um voo bastante seguro. Preocupei-me pois o Lucas estava com o joelho bastante machucado para ficar na corda, mas uma árvore amiga ajudou-o, enquanto eu e a Lívia ficávamos na boca. Um dos dois dirigiria a caminhonete.
Inflado o balão, fui fotografar ao redor, então ouço:
“Carla, vem”, como sempre a surpresa “Eu!?”, “Se tu não quer…”- disse-me o Luis, “ Bah, capaz, claro que sim!” Ainda pedi o celular e a capinha da máquina, mas não deu mais tempo- justificativa deu estar desta forma na foto- e já íamos ao céu. Mais um belo presente!!
Ficamos algum tempo sobre o Parque, paradinhos, dia propício para voar, o céu azul. Estava emocionada, tentava disfarçar filmando, fotografando tudo inclinado e tremido… De cima, observa-se um pouco do estrago causado pela catástrofe, que agora os moradores tentam exemplarmente reconstruir.
A beleza de Blumenau sobressai, o verde, o rio, as casas e nisto o parque vai ficando mais distante. Acompanhamos a subida do piloto Fábio Passos, com o balão colégio Trevo,o resgate lá embaixo já com o Ronaldo e o Paulinho chegando com o piloto alemão, para fazer cativo no parque.
Durante o voo, o Luis tocava uma corneta, impossível de não ouví-la por quilômetros, o que chamava a atenção das pessoas lá embaixo, além do barulho do fogo atiçado pelo maçarico, fazia com que saíssem de suas casas.
Mãos ansiosas abanavam, olhares espantados, faces apreensivas e eu retribuía sorrindo e abandando. Um morador tocava uma corneta também em resposta a do Luis, parecia que estavam comunicando- se. Quase retornamos ao parque. Foi ótimo ver a alegria no rosto daquelas pessoas.
O pouso foi entre duas casas, num terreno baldio 2 km do parque. Luis tocou a faixa e os guris seguraram. Dessa vez não senti nem o toque do cesto no chão, de tão suave. Maravilhoso, sensacional, incrível. Sem palavras… Ainda fiquei no cesto que foi levado até a caminhonete, então matamos o balão pela cerca, pois o terreno encontrava-se trancado.
Muitas crianças vieram perguntar porquê o balão “caiu” ali, o que aconteceu…e eu respondia que estava tudo perfeitamente correto, era assim mesmo. Falei pra garotinha muito feliz, “Viu, agora também voei no balão do teu papai, mamãe e teu”.
Ganhamos água da vizinha, conversamos, agradecemos enquanto os guris: Luis, Lucas e o Ronaldo terminavam o serviço.
No retorno ao hotel, ainda vimos o balão do Michael, piloto alemão, inflado, paradinha para fotografar para o blog,(www.blogbalonsimo.blogspot.com) e o recado com o melhor sentimento: “Voei por ti, meu amigo”!
Ao Luis desejo o maior sucesso, tentando não ser redundante, visto que ele e sua família já o são!! Obrigada pelo carinho e a acolhida e claro pelo maravilhoso voo!
Bons Ventos!!!
