Laudo sobre queda de balões inocenta pilotos



Com informações do site G1

Laudo técnico feito pela Confederação Brasileira de Balonismo concluiu que um fenômeno meteorológico raro e inesperado derrubou dois balões em Boituva, no interior de São Paulo, no dia 30 de outubro, informou nesta quarta-feira (15) a Polícia Civil. Na queda, morreram um piloto e um casal. Outros 13 tripulantes dos dois aparelhos ficaram feridos. De acordo com o delegado Silvan Renosto, que investiga o caso, o documento inocenta os pilotos de qualquer responsabilidade nas mortes e nas lesões e informa que os balões estavam em perfeito estado de conservação.
Em entrevista por telefone ao G1, o delegado Renosto afirmou que o laudo revela que uma massa de ar quente com ventos fortes e chuva, chamada “pré-frontal”, chegou à região e atingiu os aparelhos cerca de duas horas antes do horário previsto.
“Essa mesma área de instabilidade estava prevista para ocorrer às 10h. Os pilotos sabiam disso e por esse motivo tinham decidido decolar antes dela. Mas essa área chegou antes, a partir das 8h, e pegou os pilotos de surpresa”, declarou Renosto.
Além do laudo da entidade que regula e controla a atividade do balonismo, foram pedidos também laudos a Polícia Técnico Científica e ao Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) sobre a queda dos balões em Boituva.
“O laudo da Polícia Técnico Científica está sendo feito em conjunto com a Confederação Brasileira de Balonismo, mas ainda não ficou pronto. O laudo do Inmet dirá qual a velocidade dos ventos que atingiram os balões, mas também não foi concluído”, afirmou o delegado.
Renosto disse que é provável que os dois outros documentos, dos peritos da polícia e dos técnicos do Inmet, apontem que a queda dos balões tenha sido mesmo causada por mudança climática repentina. “Se for isso mesmo, não há o que se falar em crime. Houve uma tragédia, uma fatalidade que não poderia ter sido prevista”, disse.
Somente após ter acesso aos resultados de mais esses dois documentos é que o delegado irá concluir o inquérito do caso da queda dos balões. Além dos dados técnicos que serão anexados, foram ouvidos os depoimentos de mais de 20 pessoas, entre testemunhas, pilotos e vítimas sobreviventes.
Procurado para comentar o assunto, o meteorologista do Inmet Franco Villela explicou que as pré-frontais são áreas de instabilidade que se desenvolvem antes da chegada das frentes frias em virtude do levantamento de massas de ar quentes. “Geralmente ocasionam pancadas de chuva e ventos fortes e rajadas de vento”, disse Villela. “A pré-frontal é previsível, mas há casos que podem evoluir de forma inesperada e mais rápida do que a prevista”

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