Entrevista: Marina Kalousdian

Confira a seguir uma entrevista com a piloto Marina Kalousdian, publicada pelo site LivrEsportes.

Marina Kalousdian e seu filho na preparação do balão
Crédito: Osvaldo Furiatto Jr / www.miraeclica.com.br
A sensação de estar flutuando como uma bola de sabão, para uns parece ser sonho impossível, no entanto para outros é uma atividade esportiva. O balonismo é um esporte que alia lazer e competitividade. Assim a combinação entre boas características físicas do ar e da diminuição da altitude, o balão é constituído de um grande volume de ar quente, e com um fluido mais leve que o ar ao seu redor. O ar, quando aquecido, torna-se menos denso, podendo desta forma se elevar.

Todas estas técnicas são visivelmente confusas para quem é leigo no assunto. Colocar um balão para subir é ao mesmo tempo aliar habilidade técnica com experiência profissional, parece ser um esporte exclusivamente voltado para homens. Entre os engenheiros, pilotos de aviões entre outros profissionais. A equipe da revista Livresportes encontrou no bluffing da apresentação de balonismo no Aeroclube de Rio Claro SP. Uma figura feminina, Marina Kalousdian, se destacou pela força com que ajudava seu esposo, Rubens Kalousdian, piloto profissional de balonismo a cerca de 20 anos. Observando sua boa performace logo foi fácil identificar que Marina também é piloto. Para ela a dificuldade parace não existir, aquele mulher se destaca como a única piloto feminina dentre a equipe paulista de balonismo. Nesta edição a piloto Marina Kalousdian, conta a equipe da revista Livresportes, como é sua vida de piloto profissional de balão.

Livresportes: Como começou sua carreira de piloto de balão?
Marina Kalousdian: Tudo começou pelo incentivo de meu esposo, quando ainda éramos namorados, ele conheceu o balonismo e começou a praticar e eu também o acompanhei, desde a elaboração do projeto até mesmo na prática tornado-se uma baloeira ou piloto profissional ao longo do tempo.

Quais as dificuldades que você encontrou no inicio da carreira?
Como toda mulher as dificuldades surgiram com a maternidade, a final quando agente se torna mãe alguns outros projetos são reavaliados. Veio o primeiro filho, quando eu estava voltando a praticar fiquei grávida novamente de gêmeos, minha futura carreira de piloto teve que esperar mais alguns anos.

Quando você passou a voar profissionalmente?
Depois que meus filhos cresceram, eu passei a me dedicar ao estudo das regras e também as práticas de segurança. Como meu esposo é engenheiro tudo ficou mais fácil, pois criávamos o projeto e produzia os balões.

Qual foi seu maior incentivo?
Minha filha. Comecei a pensar que como mulher também tenho a capacidade de desenvolver esta atividade, onde a grande maioria são de homens. Queria mostrar a minha filha que o balonismo é um trabalho em equipe e não há extinção de gênero, assim como a vida não importante se são homens e mulheres, na minha opinião este é um dos únicos esportes que exige mais esforço coletivo do que competitivo onde o importante é o trabalho em equipe e o companheirismo. Outro motivo foi o fato de que praticando este esporte estaria mais próximo do meu marido, já que ele é piloto há muito tempo e atualmente compete a nível nacional e internacional, sei que assim posso ajudá-lo nos campeonatos.

Você enfrentou algum preconceito?
Não. Jamais tive algum tipo de preconceito até porque aqui somo uma família à maioria dos competidores viaja o Brasil e o Mundo para competir e fazer apresentações. Não há espaço para esse tipo de sentimento já que temos que trabalhar em equipe. O mundo não dos homens e sim de todos.

Como foram seus primeiros vôos?
Foi tranqüilo eu já era acostumada a voar acompanhada, quando comecei a guiar a sensação é de liberdade, porém fiquei tranqüila porque o balonismo é o esporte aéreo mais seguro, meus primeiros vôos foram no interior de São Paulo, na região de Rio Claro, pelas boas condições climáticas e terrestres.

Como está sua carreira atualmente?
Atualmente estou mais apoiando meu esposo,já que ele e mais quatro pilotos vão representar o Brasil em um Mundial, agora estamos empenhados para que ele tenha um bom resultado e represente bem nosso pais lá fora.

Qual foi a situação que marcou sua vida?
Estava na cidade Piracicaba SP, numa apresentação na hora do pouso todos os outros pilotos mais experientes conseguiram pousar no campo, como eu vinha um pouco atrás vi um árvore, precisei desviar dela, então como sou mulher que sempre é mais cautelosa, subi um pouco mais, então acabei pousando em um canavial próximo ao campo. No momento vi que todos os outros pilotos vieram me ajudar, neste momento vi a dificuldade, porém percebi que no balonismo temos muitos amigos.

No seu caso vimos que tanto você como seu esposo pratica balonismo, e seus filhos também gostam e praticam este esporte?
Sim todos. O mais velho já é piloto e outros dois mais novos nos acompanham nos eventos e ajudam a subir o balão, este é um trabalho em equipe e no nosso caso em família.

Bons Ventos!!!

Fonte: LivrEsportes

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