A silenciosa travessia do Atlântico

Quando as temperaturas ultrapassarem a marca dos 25ºC nos Estados Unidos, ou seja, daqui a pouco mais de um mês, o americano Jonathan Trappe, de 40 anos, pretende cruzar o oceano dentro de um bote. Não, não se trata de nada parecido com a travessia a remo que o brasileiro Amyr Klink fez em 1984. Solteiro, sem filhos, o gerente técnico de projetos da Accenture, empresa de consultoria especializada em tecnologia da informação, vai fazer a viagem a sete quilômetros de altitude, preso a 365 balões cheios de gás hélio, feitos com o mesmo material usado nos balões de festas infantis, mas com cerca de 1,20 m de diâmetro. O bote é sua garantia de sobrevivência, se tudo der errado. “Os riscos da jornada são muitos. Você já ouviu falar de uma expedição completamente segura? Vou viajar no céu com balões de hélio, literalmente navegando entre os ventos para destinos desconhecidos. E vou enfrentar um dos maiores desafios da Terra, o grande Atlântico Norte”, disse o aventureiro à Status.

Se os balões falharem, Jonathan espera conseguir sobreviver boiando no Atlântico munido de uma roupa térmica adequada e de medicação para não enjoar com o balanço do mar. Entre os principais riscos de viajar dessa maneira estão hipóxia, ou seja, falta de oxigênio no sangue que pode levar a danos cerebrais; descompressão rápida demais, comum em mergulhadores; hipotermia por conta do frio; e queimaduras de raios UV pela proximidade com o sol, inclusive na retina, doença mais conhecida como cegueira da neve. Isso sem falar de exaustão física e mental e do enjoo caso realmente tenha que navegar durante o percurso.
Trappe está longe de ser um amador, apesar do pouco usual meio de transporte que escolheu para viajar. Balonista com bastante experiência em balões de ar quente, ele começou a utilizar balões de hélio em voos em 2007. Hoje, é a única pessoa autorizada pela FAA (agência americana que regulamenta a aviação nos EUA) a voar com balões de hélio dia e noite. No currículo, acumula travessias respeitáveis com seus balões coloridos. Já cruzou, flutuando em silêncio, o Canal da Mancha e os Alpes, e, durante os testes para sua próxima empreitada, chegou a atingir mais de 6,1 km de altitude. Ele sabe do risco de tentar decolar no Maine, nos Estados Unidos, seu ponto de partida, e voar assim até a Europa (ou até o norte da África – dependendo dos ventos que encontrar no caminho), e tem se preparado para isso. “Respeito a natureza, e isso faz com que eu esteja preparado para eventualidades. Eu trabalho de maneira metódica para reduzir os riscos para que possa compartilhar o êxito dessa expedição com o mundo”.
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