O céu de Iperó amanheceu enfeitado e multicolorido ontem em virtude da primeira edição do Iperó Balão Festival e do II Encontro T-REX do Balonismo. O evento que marcou a inauguração do Centro Nacional de Balonismo de Iperó contou com 47 balões e, segundo pilotos participantes, foi um dos maiores encontros da modalidade já realizados no Brasil.
O evento visou apresentar a nova área para pilotos e entusiastas de balões de todo o Brasil, situado na Vila Santo Antonio, e contou com alguns exemplares com formatos curiosos, como a nave da Xuxa e a Galinha Pintadinha. “Agora, finalmente, temos um centro que podemos chamar de nosso. Antes, para conseguir praticar o balonismo, a gente dependia de favor das pessoas para ceder uma área para decolagem”, comentou o empresário sorocabano Ricardo Martins, que há 20 anos pilota balão.
Com clima de confraternização entre os aficionados pelo balonismo, o evento atraiu um público de aproximadamente 3 mil pessoas e, em terra, contou com oficina de pipas e aeromodelismo e um planetário itinerante. Na ocasião, o Centro Nacional de Balonismo foi batizado de Antônio Carlos Marques – Caco, em homenagem a um dos pioneiros e principais divulgadores do balonismo no Brasil, falecido em 2015.
Voltado à prática do balonismo e outros esportes correlatos, como paramotor e paraglider, o Centro Nacional de Balonismo está instalado em um terreno de 61 mil metros quadrados, que entre as décadas de 1920 e 1990 abrigou um depósito de locomotivas e uma oficina para soldagem de trilhos da Estrada de Ferro Sorocabana e da Fepasa. Depois de sua desativação, o espaço ficou abandonado até ser cedido pela União à prefeitura da cidade.
Agora, a área passa a ser administrada por uma empresa particular, a título de concessão por um período de 20 anos. Em contrapartida, a empresa deverá destinar 500 horas anuais das suas atividades para ações gratuitas para a população da cidade. “A meta é popularizar o esporte e integrar a população com a prática do balonismo”, afirmou Johnny Alvarez, conhecido como Johnny do Balão, responsável pela empresa.
Alvarez detalha que “descobriu” a área durante um sobrevoo de balão depois de decolar do Centro Nacional de Paraquedismo, em Boituva. “Vi que [o espaço] era uma joia a ser lapidada, já que esta região tem clima e relevo propícios para o balonismo. Tanto que Iperó já ganhou o apelido de “Capadócia caipira””, acrescenta, fazendo referência à cidade da Turquia considerada uma das melhores do mundo para passeios de balão de ar quente.
Vizinho do agora Centro Nacional de Balonismo, o encarregado Anderson de Araújo Matos fez questão de prestigiar o evento de inauguração ao lado dos pais, irmãs e da filha pequena. Ele lembra que por mais de 30 anos a área ficou abandonada e os vagões de trem eram utilizados por usuários de droga. “Agora ficou muito mais seguro e é uma opção de lazer, porque a cidade era muito parada”, comentou. Entusiasmado em ver a grande movimentação de pessoas e, claro, os coloridos dos balões, Matos acredita que o novo espaço ajudará a atrair turistas e movimentar a economia local. “Acho que agora vai ficar movimentado igual Boituva e vão até precisar construir um hotel”, disse.
Com informações do Jornal Cruzeiro.