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Matéria publicada no Inema em 07/06/2001
Maria Conceição dos Santos Horta é uma das três únicas mulheres do Brasil a pilotar balão. “Hoje eu vou só ao sabor do vento…”
Conceição, como é conhecida, começou a se envolver no balonismo desde pequena. O também piloto de balão Chico levou o piloto Flamarion Barreto que levou Conceição. “Um vai levando o outro”, explica ela, que tem com Flamarion uma amizade desde a infância.
Quando o marido se aposentou, Flamarion o chamou para fazer uma equipe e ele prontamente topou. Foi quando ela entrou na equipe, como “carregadora de peso”. “Comecei ralando legal, mesmo”, brinca Conceição.
No início de 1997, houve um evento com vários esportes, em que eles foram como voluntários se apresentar na Inglaterra, com a equipe de uma pilota inglesa. “Foi ali que me envolvi mais com o esporte, pois ficamos duas semanas direto com balonismo”.
Nessas e outras, ela já ia acumulando suas horas de voo, mas foi em 1998 que tirou o brevê de piloto de balonismo. Na época, a única pilota mulher no Brasil era a paulista Lilian de Maris. “Eu me espelhava muito nela, pois ela era a única e queria ser colega dela”.
Por isso, para Conceição, tirar a carteira de pilota foi sensacional. “Isso foi uma conquista, Nossa Senhora!”, comemora. “Minha vontade era saber o que um balão de papel faz no céu, e hoje eu posso saber, vou só no sabor do vento”, conta.
Agora Conceição é pilota privada de balão livre. Ela só não pode fazer voos noturnos, pois seu balão não tem um pisca-pisca necessário para esse tipo de voo, o que se torna perigoso, já que o balão não é detectado por radares.
Conceição apenas lamenta que tenham tão poucas mulheres pilotas. “Existem apenas três mulheres pilotando no Brasil”, afirma. Mas, sempre que pode, ela não deixa nunca de incentivar as mulheres. “Foi isso que me deu força de subir ao céu”.