MEIO AMBIENTE
Balão do Globo Repórter sobrevoa manta verde da Mata Atlântica
Foto: Rede Globo
A bióloga Beatriz de Mello Beisiegel, do CENAP – ICMBIO, conhece cada trilha da floresta. “Eu sou pesquisadora. Comecei um trabalho com toda a comunidade de carnívoros do parque através de armadilhas fotográficas. Coloco armadilhas desde 2006”, se apresenta.
As armadilhas são câmeras fotográficas para registrar a presença das onças na região. Isso mesmo: são poucas, mas ainda tem onça na Mata Atlântica.“A gente abre trilhas. Os gatos são curiosos. Eles passam a usar as trilhas que a gente abriu”, explica a bióloga.
Beatriz também usa câmeras de vídeo. Em um flagrante, uma onça parda passa tranquila. Ela explica a importância do animal para o equilíbrio ambiental:“As duas onças são predadores de topo. Se você tira o predador de topo, aumenta muito a população de anta, cateto e queixada, que são animais que comem as plântulas e as sementes, por exemplo. E, aumentando essa população, pode impedir que nasçam novas árvores, que um dia vão ser os frutos que vão alimentar os animais de toda a floresta.” 
Choveu muito durante à noite. Algumas árvores tombaram no meio do caminho. A lama apagou as pegadas dos animais que Beatriz costuma seguir. Ela já esteve cara a cara com uma onça.“Foi à noite. Estava sozinha. Tive curiosidade e medo. A gente está atrás do bicho a vida inteira. Então queremos muito ver o bicho”, conta.“São animais que andam 30 quilômetros em uma noite. Só que agora tem uma cidade no meio do caminho”, diz Beatriz. 
Além disso, ainda existem ilhas de mata que não fazem parte de nenhuma reserva ecológica. O professor de Ecologia Milton César, da Unesp – Rio Claro, fez um levantamento dessas áreas. E alerta:“Esses pequenos fragmentos servem como uma rede de conectividade que a gente chama de trampolins ecológicos para manter a biodiversidade da Mata Atlântica como um todo. A informação crítica é que parte desse coração da Mata Atlântica ainda não está preservado.” 
Trouxemos nosso balão para ver do alto – e de bem perto – os limites da floresta. Ele começa a tomar forma em plena Mata Atlântica. É uma imagem impressionante.“O balão está quase pronto para inflar. A gente já encheu com ar frio, agora eu estou esperando só um pouquinho o dia amanhecer”, diz o balonista Feodor Nenov. “A gente esquenta o ar que está dentro do balão com o maçarico e o balão vai ficar pronto para a decolagem.”O balão tem que subir e não tem muito espaço. É um momento de grande tensão. Logo depois, tudo está pronto. Pela primeira vez, um balão vai voar na região. 
O balão do Globo Repórter começa a decolar. E ainda temos que vencer a grande camada de neblina. Sobrevoamos uma região de mata e de montanha. Com a neblina do início da manhã, as árvores já começam a desaparecer.De repente, batemos nas árvores por causa de uma rajada de vento. O balão passa por cima da copa. Foi um susto, mas, felizmente, todos estão bem. A equipe, então, teve que subir bastante por uma questão de segurança, para ficar acima das nuvens.Mais tarde, a névoa começa a se dissipar e a copa das árvores surgem. De balão, flutuamos devagar e vemos a floresta de outro ângulo. 
“A Mata Atlântica é um dos biomas mais ricos em biodiversidade do planeta. Não é só pela riqueza que ela detém – é um patrimônio nacional -, mas também pelos serviços ambientais”, aponta Márcia Hirota, do SOS Mata Atlântica. 
Sobrevoamos pelo trecho que é o mais preservado com alguma forma de ocupação. São áreas abertas para as futuras plantações, diz Márcia. Esse é o grande dilema: como conciliar o crescimento das cidades com a preservação das florestas?O balão faz um pouso perfeito. A recepção é inesquecível. Crianças da região correm curiosas para ver o grande objeto que desceu do céu. 
“Aqui, onde vocês moram, é onde tem essa mata mais preservada de todo o Brasil”, anuncia o repórter André Luiz Azevedo para as crianças. Feodor pede ajuda para guardar o balão e as crianças se prontificam a dobrá-lo.Plantamos uma semente que já deu frutos nas redações que as crianças escreveram depois que partimos. As frases dizem: “Apareceu um balão perto da minha casa…”, “Estavam fazendo uma matéria sobre a Mata Atlântica…”, “Nunca tínhamos visto coisa tão surpreendente…”, “Eu e todos os colegas da escola dissemos: Globo Repórter nos Céus do Brasil!”.
Foto: Rede Globo

Foto: Rede Globo

Foto: Rede Globo
 Bons Ventos!!!!

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